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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Paulo Coelho acha que crise traz valores que tinham se perdido
Paulo Coelho acha que crise traz valores que tinham se perdido
Berlim, 2 fev (EFE).- O escritor Paulo Coelho afirma que, apesar de "dolorosa", a atual crise econômica mundial também tem algo de positivo, pois "retorna" a humanidade "aos valores com os quais tínhamos perdido o contato".
Em uma entrevista à edição digital da revista alemã "Der Spiegel", Coelho fala, assim, da revitalização de valores como o amor e a beleza da vida.
"A felicidade não é ficar sentado em frente a uma tela de computador, acompanhar a evolução das ações e apostar como em um cassino", afirma o autor de "O Alquimista" e "Diário de um Mago".
Apesar de se considerar mais um "realista" do que um "otimista", o escritor afirma que não tem "um grande medo" diante da crise, pois acha que o "sistema corrige a si próprio".
Segundo Coelho, as épocas de crise representam para algumas pessoas - "se forem inteligentes" - uma nova oportunidade para "definir sua vida de novo e refletir sobre ela".
O escritor confia na capacidade de adaptação do homem, que acredita que permitirá superar este "doloroso momento" para a sociedade.
No entanto, alerta contra as grandes expectativas geradas nos Estados Unidos após a posse do presidente Barack Obama.
"Gosto de Obama, mas ele não é o Messias", afirma Coelho, que sustenta que o presidente americano terá que adotar "decisões impopulares", que podem fazê-lo perder pontos diante da opinião pública.
Berlim, 2 fev (EFE).- O escritor Paulo Coelho afirma que, apesar de "dolorosa", a atual crise econômica mundial também tem algo de positivo, pois "retorna" a humanidade "aos valores com os quais tínhamos perdido o contato".
Em uma entrevista à edição digital da revista alemã "Der Spiegel", Coelho fala, assim, da revitalização de valores como o amor e a beleza da vida.
"A felicidade não é ficar sentado em frente a uma tela de computador, acompanhar a evolução das ações e apostar como em um cassino", afirma o autor de "O Alquimista" e "Diário de um Mago".
Apesar de se considerar mais um "realista" do que um "otimista", o escritor afirma que não tem "um grande medo" diante da crise, pois acha que o "sistema corrige a si próprio".
Segundo Coelho, as épocas de crise representam para algumas pessoas - "se forem inteligentes" - uma nova oportunidade para "definir sua vida de novo e refletir sobre ela".
O escritor confia na capacidade de adaptação do homem, que acredita que permitirá superar este "doloroso momento" para a sociedade.
No entanto, alerta contra as grandes expectativas geradas nos Estados Unidos após a posse do presidente Barack Obama.
"Gosto de Obama, mas ele não é o Messias", afirma Coelho, que sustenta que o presidente americano terá que adotar "decisões impopulares", que podem fazê-lo perder pontos diante da opinião pública.
Cuba entrega aos EUA cópias digitalizadas de documentos de Hemingway
Cuba entrega aos EUA cópias digitalizadas de documentos de Hemingway
Washington, 30 jan (EFE).- As cópias digitalizadas de mais de 3.000 cartas e manuscritos que Ernest Hemingway escreveu em Cuba estarão disponíveis dentro de poucos meses para os pesquisadores na biblioteca John F. Kennedy em Boston (EUA), graças a um acordo entre ambos os países.
A imprensa americana publicou hoje que as cópias dos documentos já se encontram na biblioteca que leva o nome do ex-presidente.
Segundo o jornal "Worcester Telegram", os documentos foram examinados nesta quinta-feira de maneira superficial e espera-se que estejam à disposição dos pesquisadores no final da primavera (hemisfério norte).
Cuba e Estados Unidos acertaram no ano de 2002, graças à intercessão do congressista democrata James McGovern, um plano para preservar milhares de fotografias, cartas e outros documentos do romancista americano que se encontram em Finca Vigia, lar em Cuba do escritor e jornalista durante 21 anos.
A coleção inclui provas corrigidas de "O Velho e o Mar", um roteiro de cinema baseado no romance, um final alternativo de "Por quem os Sinos Dobram" e milhares de cartas, incluindo correspondência dos escritores Sinclair Lewis e John Dos Passos e da atriz Ingrid Bergman.
Em declarações à imprensa, McGovern mostrou sua satisfação pelos documentos recebidos e disse que o acordo com Cuba foi uma cooperação histórica entre ambos os países.
O congressista considerou que esta troca pode ser um passo rumo a uma relação mais racional e madura entre os dois países.
McGovern considerou que Hemingway (1899-1961) pode ser a ponte que permita a ambos os países "ter uma relação boa e sólida".
Fontes do Museu de Hemingway em Cuba disseram à Agência Efe em dezembro passado que a partir de 5 de janeiro as cópias digitalizadas da coleção de Finca Vigia, que contém textos não literários inéditos, iam estar disponíveis aos interessados e pesquisadores
Washington, 30 jan (EFE).- As cópias digitalizadas de mais de 3.000 cartas e manuscritos que Ernest Hemingway escreveu em Cuba estarão disponíveis dentro de poucos meses para os pesquisadores na biblioteca John F. Kennedy em Boston (EUA), graças a um acordo entre ambos os países.
A imprensa americana publicou hoje que as cópias dos documentos já se encontram na biblioteca que leva o nome do ex-presidente.
Segundo o jornal "Worcester Telegram", os documentos foram examinados nesta quinta-feira de maneira superficial e espera-se que estejam à disposição dos pesquisadores no final da primavera (hemisfério norte).
Cuba e Estados Unidos acertaram no ano de 2002, graças à intercessão do congressista democrata James McGovern, um plano para preservar milhares de fotografias, cartas e outros documentos do romancista americano que se encontram em Finca Vigia, lar em Cuba do escritor e jornalista durante 21 anos.
A coleção inclui provas corrigidas de "O Velho e o Mar", um roteiro de cinema baseado no romance, um final alternativo de "Por quem os Sinos Dobram" e milhares de cartas, incluindo correspondência dos escritores Sinclair Lewis e John Dos Passos e da atriz Ingrid Bergman.
Em declarações à imprensa, McGovern mostrou sua satisfação pelos documentos recebidos e disse que o acordo com Cuba foi uma cooperação histórica entre ambos os países.
O congressista considerou que esta troca pode ser um passo rumo a uma relação mais racional e madura entre os dois países.
McGovern considerou que Hemingway (1899-1961) pode ser a ponte que permita a ambos os países "ter uma relação boa e sólida".
Fontes do Museu de Hemingway em Cuba disseram à Agência Efe em dezembro passado que a partir de 5 de janeiro as cópias digitalizadas da coleção de Finca Vigia, que contém textos não literários inéditos, iam estar disponíveis aos interessados e pesquisadores
Criador de Asterix está em depressão devido a disputa familiar
Criador de Asterix está em depressão devido a disputa familiar
Por James Mackenzie
PARIS (Reuters) - Júlio César tentou em vão derrubar o ânimo de Asterix e seus companheiros num vilarejo gaulês, mas uma amarga disputa familiar está provocando depressão crescente no criador do indômito guerreiro.
"Estes momentos têm sido dolorosos. Tenho passado noites sem dormir. Foi horrível", disse Albert Uderzo ao Le Figaro, falando de uma disputa na qual sua própria filha o acusa de estar traindo o legado do herói que ele criou em 1959 com seu parceiro criativo Rene Goscinny.
A disputa veio a público no mês passado, quando a filha de Uderzo, Sylvie, publicou no Le Monde uma carta aberta criticando a decisão de seu pai, de 81 anos, de vender ao grupo Hachette sua participação na editora que publica as histórias sobre Asterix.
"É como se os portões do vilarejo gaulês tivessem sido abertos ao Império Romano", ela escreveu.
Em resposta, Albert Uderzo disse que sua filha foi "cegada" por seu marido, Bernard Boyer de Choisy, antigo responsável por relações públicas da Albert Rene, editora que publica a série de Asterix, de imenso sucesso.
"Acho que Sylvie não é mais responsável por suas próprias decisões. Não nos falamos mais, e estou muito triste por isso", disse ele.
Sylvie Uderzo, que é dona de 40 por cento da Albert Rene, disse que sua carta aberta foi motivada por sua preocupação com a qualidade da série.
Mas por trás da disputa também estão os lucrativos direitos a uma das mais bem sucedidas séries de histórias em quadrinhos, com 33 álbuns que já venderam 325 milhões de cópias em 107 línguas e dialetos.
Há também uma franquia de produtos relacionados, um parque temático nos arredores de Paris e oito filmes.
"Em dado momento, discutiu-se até a possibilidade de me colocar sob supervisão judicial, como alguém incapacitado de cuidar de seus próprios assuntos", disse Uderzo.
"Eu respondi que ainda estou aqui, por enquanto, e que eles deveriam ter a decência de aguardar até minha morte."
Por sua vez, Bernard Boyer de Choisy, que foi demitido da Albert Rene em 1997, acusou o advogado de Albert Uderzo, Yves Sicard, de manipulação e de incentivar os ressentimentos familiares.
"Albert avança e recua segundo o que seus assessores sugerem", disse ele ao Le Figaro. "Na realidade, Sicard está manipulando tudo. Ele é meu inimigo pessoal."
Uderzo disse que abriu uma ação cível contra seu genro, ação que deverá ir a julgamento na quinta-feira, e que oferecerá as chapas de seus desenhos de Asterix à biblioteca nacional francesa para assegurar que não sejam vendidas após sua morte.
Por James Mackenzie
PARIS (Reuters) - Júlio César tentou em vão derrubar o ânimo de Asterix e seus companheiros num vilarejo gaulês, mas uma amarga disputa familiar está provocando depressão crescente no criador do indômito guerreiro.
"Estes momentos têm sido dolorosos. Tenho passado noites sem dormir. Foi horrível", disse Albert Uderzo ao Le Figaro, falando de uma disputa na qual sua própria filha o acusa de estar traindo o legado do herói que ele criou em 1959 com seu parceiro criativo Rene Goscinny.
A disputa veio a público no mês passado, quando a filha de Uderzo, Sylvie, publicou no Le Monde uma carta aberta criticando a decisão de seu pai, de 81 anos, de vender ao grupo Hachette sua participação na editora que publica as histórias sobre Asterix.
"É como se os portões do vilarejo gaulês tivessem sido abertos ao Império Romano", ela escreveu.
Em resposta, Albert Uderzo disse que sua filha foi "cegada" por seu marido, Bernard Boyer de Choisy, antigo responsável por relações públicas da Albert Rene, editora que publica a série de Asterix, de imenso sucesso.
"Acho que Sylvie não é mais responsável por suas próprias decisões. Não nos falamos mais, e estou muito triste por isso", disse ele.
Sylvie Uderzo, que é dona de 40 por cento da Albert Rene, disse que sua carta aberta foi motivada por sua preocupação com a qualidade da série.
Mas por trás da disputa também estão os lucrativos direitos a uma das mais bem sucedidas séries de histórias em quadrinhos, com 33 álbuns que já venderam 325 milhões de cópias em 107 línguas e dialetos.
Há também uma franquia de produtos relacionados, um parque temático nos arredores de Paris e oito filmes.
"Em dado momento, discutiu-se até a possibilidade de me colocar sob supervisão judicial, como alguém incapacitado de cuidar de seus próprios assuntos", disse Uderzo.
"Eu respondi que ainda estou aqui, por enquanto, e que eles deveriam ter a decência de aguardar até minha morte."
Por sua vez, Bernard Boyer de Choisy, que foi demitido da Albert Rene em 1997, acusou o advogado de Albert Uderzo, Yves Sicard, de manipulação e de incentivar os ressentimentos familiares.
"Albert avança e recua segundo o que seus assessores sugerem", disse ele ao Le Figaro. "Na realidade, Sicard está manipulando tudo. Ele é meu inimigo pessoal."
Uderzo disse que abriu uma ação cível contra seu genro, ação que deverá ir a julgamento na quinta-feira, e que oferecerá as chapas de seus desenhos de Asterix à biblioteca nacional francesa para assegurar que não sejam vendidas após sua morte.
Sarkozy concede Legião de Honra à criadora do Harry Potter
Sarkozy concede Legião de Honra à criadora do Harry Potter
PARIS (AFP) - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, entregou nesta terça-feira em Paris a insígnia do cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta distinção civil francesa, à escritora britânica J.K. Rowling, criadora da famosa série do bruxinho Harry Potter.
Sarkozy elogiou Rowling por ser uma "mulher apaixonada por seu trabalho" e pelo que "contribuiu para a juventude".
"Harry Potter tem virtudes educativas reconhecidas e, graças a essa saga internacionalmente reconhecida, você contribuiu para devolver aos jovens o gosto pela leitura e também pela escrita. Com você, eles entendem que a leitura não é um castigo, mas uma fonte de prazer", declarou o presidente.
A escritora explicou que a distinção tem um caráter especial para ela: "meu bisavô era francês" e "foi condecorado com a Legião de Honra, em 1924, por sua valentia na batalha de Verdun", na Primeira Guerra Mundial.
PARIS (AFP) - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, entregou nesta terça-feira em Paris a insígnia do cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta distinção civil francesa, à escritora britânica J.K. Rowling, criadora da famosa série do bruxinho Harry Potter.
Sarkozy elogiou Rowling por ser uma "mulher apaixonada por seu trabalho" e pelo que "contribuiu para a juventude".
"Harry Potter tem virtudes educativas reconhecidas e, graças a essa saga internacionalmente reconhecida, você contribuiu para devolver aos jovens o gosto pela leitura e também pela escrita. Com você, eles entendem que a leitura não é um castigo, mas uma fonte de prazer", declarou o presidente.
A escritora explicou que a distinção tem um caráter especial para ela: "meu bisavô era francês" e "foi condecorado com a Legião de Honra, em 1924, por sua valentia na batalha de Verdun", na Primeira Guerra Mundial.
Para a autora Sue Grafton, a "maldade do cotidiano" é mais interessante
Para a autora Sue Grafton, a "maldade do cotidiano" é mais interessante
José Oliva.
Barcelona, 4 fev (EFE).- A escritora americana Sue Grafton, responsável pela série de livros protagonizada pela detetive Kinsey Millhone, disse nesta terça-feira em Barcelona que, a partir de um ponto de vista literário, é "mais interessante a maldade que emana das pessoas comuns, da vida cotidiana".
Em entrevista à Agência Efe, Grafton destacou que tem interesse em mostrar que nem todos os vilões têm a aparência de malvados, "mas podem ser gente comum, seu vizinho ou a pessoa que se senta ao seu lado no ônibus, porque o comportamento de um assassino pode ser cotidiano, e, por isso, dão tanto medo".
A autora começou a série com "'A' de Álibi" para superar seu divórcio: "Tinha elaborado uma trama para matar meu ex-marido, e, como não podia fazer isso, decidi escrevê-la; além disso, decidi seguir os passos do meu pai, um advogado que, nas horas livres, escrevia ficção".
O que inicialmente era uma forma de superar um problema pessoal, com o tempo "acabou se transformando em minha vida e é a única coisa que sei fazer", confessa.
Grafton participa de Barcelona na semana do romance policial BCNegra com um novo livro, "'T' is for Trespass" ("'T' de armadilha", em tradução livre), no qual Kinsey Millhone investiga um caso rotineiro de uma batida de carros.
Como faz habitualmente, a escritora americana dedicou meses a investigar sobre as diferentes tramas debatidas em seu romance, neste caso os maus-tratos aos idosos, que, posteriormente, a leva a uma subtrama, o abuso de menores.
"O crime me interessa, o trabalho do detetive, e, por essa razão, cada livro tenta investigar o tema tratado", afirma Grafton, que se diz contrária a "esse subgênero do típico assassino em série, muito 'gore', no qual o escritor se deleita e o policial e o assassino conversam".
A "mãe" de Millhone prefere "mostrar cada vez uma história diferente, sem entrar nos detalhes mais escabrosos".
Embora a autora tente sempre entrar na pele do assassino para entender suas razões, "quis contar sua própria visão, e, por isso, introduzi seu ponto de vista".
Em contraste com os avanços tecnológicos utilizados hoje e que nutrem séries do gênero como "CSI", Kinsey Millhone pertence à categoria do "detetive clássico, que, como vive nos anos 1980, não tem celular, não usa internet e centra suas indagações na observação e o interrogatório".
Para a escritora, se for para se falar em romance policial, "a tensão deve se concentrar mais na maldade que habita no coração das pessoas do que nas novas tecnologias".
Sobre sua recusa a adaptar os livros ao cinema, Grafton recorreu ao senso de humor que tenta passar à personagem: "Preferiria vender meus filhos para o tráfico de mulheres para prostituição a ver meus livros transformados em filmes".
Ela justifica sua posição com o fato de ter trabalho 15 anos em Hollywood e de não suportar "essa gente, intelectuais, formados, mas que, quando têm seu trabalho nas mãos, o destroem e você perde o controle".
Sobre o futuro de Millhone, Grafton, que já está trabalhando na letra "U" da série, afirma que "a personagem viverá para sempre, mas eu, que quando terminar terei 80 anos, passarei a fazer crochê, passear e brincar com meu gato e meus netos".
"Eu sou Kinsey, ambas temos a mesma sensibilidade e visão do mundo, embora ela seja mais jovem, mais magra e mais corajosa. Nós duas nos divorciamos duas vezes, mas eu tenho filhos, e ela não".
A sombra alongada de Grafton também favorece que "Kinsey saia de mim e corra todos os dias, como eu fiz por 25 anos, mas ela eu deixo comer junk food, coisa que eu não me permito", afirma. EFE
José Oliva.
Barcelona, 4 fev (EFE).- A escritora americana Sue Grafton, responsável pela série de livros protagonizada pela detetive Kinsey Millhone, disse nesta terça-feira em Barcelona que, a partir de um ponto de vista literário, é "mais interessante a maldade que emana das pessoas comuns, da vida cotidiana".
Em entrevista à Agência Efe, Grafton destacou que tem interesse em mostrar que nem todos os vilões têm a aparência de malvados, "mas podem ser gente comum, seu vizinho ou a pessoa que se senta ao seu lado no ônibus, porque o comportamento de um assassino pode ser cotidiano, e, por isso, dão tanto medo".
A autora começou a série com "'A' de Álibi" para superar seu divórcio: "Tinha elaborado uma trama para matar meu ex-marido, e, como não podia fazer isso, decidi escrevê-la; além disso, decidi seguir os passos do meu pai, um advogado que, nas horas livres, escrevia ficção".
O que inicialmente era uma forma de superar um problema pessoal, com o tempo "acabou se transformando em minha vida e é a única coisa que sei fazer", confessa.
Grafton participa de Barcelona na semana do romance policial BCNegra com um novo livro, "'T' is for Trespass" ("'T' de armadilha", em tradução livre), no qual Kinsey Millhone investiga um caso rotineiro de uma batida de carros.
Como faz habitualmente, a escritora americana dedicou meses a investigar sobre as diferentes tramas debatidas em seu romance, neste caso os maus-tratos aos idosos, que, posteriormente, a leva a uma subtrama, o abuso de menores.
"O crime me interessa, o trabalho do detetive, e, por essa razão, cada livro tenta investigar o tema tratado", afirma Grafton, que se diz contrária a "esse subgênero do típico assassino em série, muito 'gore', no qual o escritor se deleita e o policial e o assassino conversam".
A "mãe" de Millhone prefere "mostrar cada vez uma história diferente, sem entrar nos detalhes mais escabrosos".
Embora a autora tente sempre entrar na pele do assassino para entender suas razões, "quis contar sua própria visão, e, por isso, introduzi seu ponto de vista".
Em contraste com os avanços tecnológicos utilizados hoje e que nutrem séries do gênero como "CSI", Kinsey Millhone pertence à categoria do "detetive clássico, que, como vive nos anos 1980, não tem celular, não usa internet e centra suas indagações na observação e o interrogatório".
Para a escritora, se for para se falar em romance policial, "a tensão deve se concentrar mais na maldade que habita no coração das pessoas do que nas novas tecnologias".
Sobre sua recusa a adaptar os livros ao cinema, Grafton recorreu ao senso de humor que tenta passar à personagem: "Preferiria vender meus filhos para o tráfico de mulheres para prostituição a ver meus livros transformados em filmes".
Ela justifica sua posição com o fato de ter trabalho 15 anos em Hollywood e de não suportar "essa gente, intelectuais, formados, mas que, quando têm seu trabalho nas mãos, o destroem e você perde o controle".
Sobre o futuro de Millhone, Grafton, que já está trabalhando na letra "U" da série, afirma que "a personagem viverá para sempre, mas eu, que quando terminar terei 80 anos, passarei a fazer crochê, passear e brincar com meu gato e meus netos".
"Eu sou Kinsey, ambas temos a mesma sensibilidade e visão do mundo, embora ela seja mais jovem, mais magra e mais corajosa. Nós duas nos divorciamos duas vezes, mas eu tenho filhos, e ela não".
A sombra alongada de Grafton também favorece que "Kinsey saia de mim e corra todos os dias, como eu fiz por 25 anos, mas ela eu deixo comer junk food, coisa que eu não me permito", afirma. EFE
Cineasta prepara livro sobre realização de "Twilight"
Cineasta prepara livro sobre realização de "Twilight"
LOS ANGELES (Reuters) - "Twilight" levou as plateias a uma viagem mágica pelo mundo dos vampiros, mas agora a diretora Catherne Hardwicke vai furar a bolha de fantasia do filme em um novo livro que detalha sua realização.
O selo Little, Brown Books for Young Readers, ligado à editora Hachette, deve lançar "Twilight: O Caderno da Diretora" em 17 de março, disse a empresa na quarta-feira. O DVD do filme sai quatro dias depois.
No livro, a cineasta revela detalhes sobre a escolha do elenco, das locações e dos figurinos, e fala das suas cenas favoritas. A edição, feita de modo a replicar o caderno que Hardwicke efetivamente mantinha no set, contém também fotos de bastidores e desenhos de cenas
Na sequência de "Twilight", "New Moon", que estreia em 20 de novembro, a diretora foi substituída por Chris Weitz.
(Reportagem de Alex Dobuzinskis)
LOS ANGELES (Reuters) - "Twilight" levou as plateias a uma viagem mágica pelo mundo dos vampiros, mas agora a diretora Catherne Hardwicke vai furar a bolha de fantasia do filme em um novo livro que detalha sua realização.
O selo Little, Brown Books for Young Readers, ligado à editora Hachette, deve lançar "Twilight: O Caderno da Diretora" em 17 de março, disse a empresa na quarta-feira. O DVD do filme sai quatro dias depois.
No livro, a cineasta revela detalhes sobre a escolha do elenco, das locações e dos figurinos, e fala das suas cenas favoritas. A edição, feita de modo a replicar o caderno que Hardwicke efetivamente mantinha no set, contém também fotos de bastidores e desenhos de cenas
Na sequência de "Twilight", "New Moon", que estreia em 20 de novembro, a diretora foi substituída por Chris Weitz.
(Reportagem de Alex Dobuzinskis)
Textos inéditos de Julio Cortázar serão publicados na Espanha e Argentina
Textos inéditos de Julio Cortázar serão publicados na Espanha e Argentina
BARCELONA , Espanha (AFP) - Cerca de 500 páginas inéditas do escritor Julio Cortázar serão publicadas simultaneamente na Espanha e Argentina em maio, depois do trabalho realizado pelo especialista Carles Alvarez por encomenda da viúva do escritor, Aurora Bernárdez.
Bernárdez e Álvarez encontraram numa cômoda da antiga residência de Cortázar cerca de 500 páginas escritas por ele, um material inédito que completará a obra do escritor argentino.
O livro com essa descoberta será lançado com o título de "Papeles inesperados" e conterá onze relatos, um capítulo inédito do "Livro de Manuel", onze novos episódios do personagem protagonista de "Um tal Lucas", quatro autoentrevistas e 13 poemas inéditos.
BARCELONA , Espanha (AFP) - Cerca de 500 páginas inéditas do escritor Julio Cortázar serão publicadas simultaneamente na Espanha e Argentina em maio, depois do trabalho realizado pelo especialista Carles Alvarez por encomenda da viúva do escritor, Aurora Bernárdez.
Bernárdez e Álvarez encontraram numa cômoda da antiga residência de Cortázar cerca de 500 páginas escritas por ele, um material inédito que completará a obra do escritor argentino.
O livro com essa descoberta será lançado com o título de "Papeles inesperados" e conterá onze relatos, um capítulo inédito do "Livro de Manuel", onze novos episódios do personagem protagonista de "Um tal Lucas", quatro autoentrevistas e 13 poemas inéditos.
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Antiga Bíblia em siríaco é encontrada no Chipre
Antiga Bíblia em siríaco é encontrada no Chipre
Por Sarah Ktisti e Simon Bahceli
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NICOSIA (Reuters Life!) - Autoridades do norte de Chipre acreditam ter encontrado uma antiga versão da Bíblia escrita em siríaco, um dialeto da língua nativa de Jesus.
O manuscrito foi encontrado durante uma batida policial contra supostos contrabandistas de antiguidades. A polícia turco-cipriota afirmou acreditar que o manuscrito possa ter dois mil anos de idade.
O objeto contém trechos da Bíblia escritos em letras douradas sobre velinos atados precariamente, segundo as fotos fornecidas à Reuters. Uma página traz o desenho de uma árvore, e outra oito linhas de escrita em siríaco.
Entretanto, especialistas estão divididos quanto à proveniência do manuscrito e sobre este ser autêntico, o que o tornaria inestimável, ou uma fraude.
Eles dizem que o uso de letras douradas no manuscrito torna provável que tenha menos de dois mil anos.
"Creio ser mais provável que tenha menos de mil anos", disse à Reuters Peter Williams, da Universidade de Cambridge e grande perito no assunto.
Autoridades turco-cipriotas se apossaram da relíquia na semana passada e nove indivíduos estão sob custódia, aguardando maiores investigações. Mais pessoas ligadas ao achado estão sendo procuradas.
As investigações ainda descobriram uma estátua de orações e um entalhe em madeira de Jesus que se acredita pertencer a uma igreja no norte, de domínio turco, assim com dinamite.
A polícia acusou os detidos por contrabando de antiguidades, escavação ilegal e posse de explosivos.
O siríaco é um dialeto do aramaico, a língua nativa de Jesus, outrora falado em boa parte do Oriente Médio e da Ásia Central. Ele é usado por cristãos sírios e continua em uso na Igreja Ortodoxa Síria de Chipre, enquanto o aramaico ainda é utilizado em rituais religiosos de cristão maronitas no Chipre.
"Uma fonte muito provável do manuscrito pode ser a área de Tur-Abdin, na Turquia, onde ainda existe uma comunidade que fala o siríaco", disse à Reuters Charlotte Roueche, professora de Antigos Estudos Latinos e Bizantinos no King's College, de Londres.
Após uma análise mais aprofundada de fotos do manuscrito, JF Coakley, especialista em manuscritos da Universidade de Cambridge e membro do Wolfson College, insinuou que o livro pode ter sido escrito bem mais tarde.
"O texto em siríaco parece estar em linguagem siríaca oriental, com pontos nas vogais, e não se encontram manuscritos assim antes do século 15 aproximadamente."
"Baseado em uma única foto, algumas palavras pelo menos parecem estar em siríaco moderno, uma língua que não foi posta no papel até a metade do século 19", disse ele à Reuters.
Por Sarah Ktisti e Simon Bahceli
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NICOSIA (Reuters Life!) - Autoridades do norte de Chipre acreditam ter encontrado uma antiga versão da Bíblia escrita em siríaco, um dialeto da língua nativa de Jesus.
O manuscrito foi encontrado durante uma batida policial contra supostos contrabandistas de antiguidades. A polícia turco-cipriota afirmou acreditar que o manuscrito possa ter dois mil anos de idade.
O objeto contém trechos da Bíblia escritos em letras douradas sobre velinos atados precariamente, segundo as fotos fornecidas à Reuters. Uma página traz o desenho de uma árvore, e outra oito linhas de escrita em siríaco.
Entretanto, especialistas estão divididos quanto à proveniência do manuscrito e sobre este ser autêntico, o que o tornaria inestimável, ou uma fraude.
Eles dizem que o uso de letras douradas no manuscrito torna provável que tenha menos de dois mil anos.
"Creio ser mais provável que tenha menos de mil anos", disse à Reuters Peter Williams, da Universidade de Cambridge e grande perito no assunto.
Autoridades turco-cipriotas se apossaram da relíquia na semana passada e nove indivíduos estão sob custódia, aguardando maiores investigações. Mais pessoas ligadas ao achado estão sendo procuradas.
As investigações ainda descobriram uma estátua de orações e um entalhe em madeira de Jesus que se acredita pertencer a uma igreja no norte, de domínio turco, assim com dinamite.
A polícia acusou os detidos por contrabando de antiguidades, escavação ilegal e posse de explosivos.
O siríaco é um dialeto do aramaico, a língua nativa de Jesus, outrora falado em boa parte do Oriente Médio e da Ásia Central. Ele é usado por cristãos sírios e continua em uso na Igreja Ortodoxa Síria de Chipre, enquanto o aramaico ainda é utilizado em rituais religiosos de cristão maronitas no Chipre.
"Uma fonte muito provável do manuscrito pode ser a área de Tur-Abdin, na Turquia, onde ainda existe uma comunidade que fala o siríaco", disse à Reuters Charlotte Roueche, professora de Antigos Estudos Latinos e Bizantinos no King's College, de Londres.
Após uma análise mais aprofundada de fotos do manuscrito, JF Coakley, especialista em manuscritos da Universidade de Cambridge e membro do Wolfson College, insinuou que o livro pode ter sido escrito bem mais tarde.
"O texto em siríaco parece estar em linguagem siríaca oriental, com pontos nas vogais, e não se encontram manuscritos assim antes do século 15 aproximadamente."
"Baseado em uma única foto, algumas palavras pelo menos parecem estar em siríaco moderno, uma língua que não foi posta no papel até a metade do século 19", disse ele à Reuters.
“A literatura ensina a viver”
Revista Epoca
Edição nº 489
“A literatura ensina a viver”
O escritor Lloyd Jones, em entrevista a Época, fala de seu livro O Sr. Pip, indicado para o Booker Prize, e sobre a função da literatura em um mundo em guerra
Luís Antônio Giron
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O escritor neo-zelandês Lloyd Jones, de 52 anos ganhou fama intantânea com O Senhor Pip, livro indicado para o Booker Prize este ano, o principal prêmio literário da Comunidade Britânica. O Sr. Pip concorre com pesos-pesados, como Ian McEwan, com seu romance Na Praia. Lloyd Jones falou a ÉPOCA de Berlim, onde trabalha como escritor residente.
ÉPOCA - Qual o balanço entre realidade e fantasia em O Sr. Pip?
Lloyd Jones - Bogainville é uma ilha no sudoeste do Pacífico que faz parte de Papua Nova Guiné. Houve ao bloqueio da ilha ao longo de dez anos, com todo tipo de privações para a população. Mas a premissa do romance é ficcional: o último homem branco dá aulas para um monte de crianças só usando um material, um exemplar do romance Grandes Esperanças, de Charles Dickens. O Sr. Pip é uma fábula que nasce de um local e um evento reais.
ÉPOCA - Até que ponto seu trabalho como jornalista ajudou na criação da narrativa, em termos de assunto e estilo?
Jones - Bom, não existe nada como andar pela paisagem sobre a qual você vai criar uma história.Eu tentei mas falhei em chegar a Bugainville quando o bloqueio foi imposto pela primeira vez. Dez anos depois, quando o bloqueio foi suspenso, graças aos esforços de paz da nova Zelândia, visitei e conversei com muitas pessoas sobre a experiência do bloqueio. Mas eu quero enfatizar que O Sr. Pip é um romance. Não tentei contar a história da ilha durante o bloqueio. Outro vai contar essa história um dia. O conteúdo em geral determina o estilo de uma narrativa. No caso de O Sr. Pip, a narrativa escrita foi inspirada na tradição oral. Não se trata de establecer qual tem mai s autoridade. A tradição oferece um modo de contar uma história mais solto e talvez mais colorido. Isso me liberou dos contrangimentos das abordagens mais tradicionais.
ÉPOCA - A violência e o processo de descolonização retratados em O Sr. Pip ainda estão acontecendo na Oceania?
Jones - Existem tensões em Fiji, Ilhas Salomão e Nova Caledônia. Aumenta a insatisfação em Tonga, com a paorte do rei Tupou, que desencadeau protestos nas ruas, e infelizmente alguns distúrbios no centro da cidade. Mas, até agora, a terrível violência de O Sr. Pip se limitou à ilha de Bougainville.
ÉPOCA - Você considera seu trabalho como parte de uma literatura pós-colonial? Qual o status atual da literatura da Nova Zelândia?
Jones - Eu acho que sim, pelo menos no caso de Sr. Pip. Como a poplação da Nova Zelândia tem mudado através dos anos, ocorreram misturas culturais. A dominação da cultura do inglês pioneiro tem sofrido abalos. Agora a cultura inglesa é um das muitas vertentes, embora importante e poderosa. Ela se vê forçada a competir com a cultura maori, indígena, assim como as demais culturas do Pacífico Sul. Hoje é quase impossível falar de um literatura neo-zelandesa como um corpo homogêneo de trabalhos. Tudo o que posso fazer é apontar para sua abrangência e diversidade. É empolgante, mas também leva a algumas áreas de tensão, como a luta, em Sr. Pip, entre o Sr. Watts e a mãe de Matilda pela mente e alma de Matilda.
ÉPOCA - Como lhe ocorreu a diéia de usar Charles Dickens como símbolo de resistência e liberade?
Jones - Li Grandes Esperanças muito jovem, aos 9 ou 10 anos. Foi a primeira vez que entrei no mundo do livro adulto. Antes disse eu tina rido os contos de Oscar Wilde e Emil e os Detatives, de Eric Kastner. Mas Grandes Esperanças estava fora das prateleiras dos adultos. Li o livro com o espírito de aventura e com o entusiasmo típicos do menino. Fui capturado desde o momento qem que Magwich segura Pip no túmulo e o ameaça lhe arrancar o fígado caso ele não consiga voltar com dinheiro. E quando Pip é convidado a ir par Lodnres e se tornar alguém (virar um “cavalheiro”) eu fiquei a seu lado. Assim, quando o Sr. Watts tratou de criar uma forma de fuga para as crianças, transportando-as a um outro mundo imaginário, inevitalmente teria de ser Grandes Esperanças. Para mim, como escritor, foi o recurso natural para Watts ensinar.
ÉPOCA - Por que Sr. Watts, reinventou o enredo de Dickens?
Jones - Ele reescreveu Grandes Esperanças duas vezes: a primeira, na versão abreviado para ler em classe. Por quê? Ele talvez quisesse evitar áreas de difícil entendimento e, por isso, eliminou algumas passagens. Na segunda vez, ele é questionado pelos rebeldes e se apresenta como Pip, usando o modelo do personagem de Dickens para descrever a si próprio. Para mim, a segunda versão é mais interessante. Ele se casou com uma nativa da ilha e foi viver lá. Rompeu com sua tribo intencionalmente. Ele buscou uma outra vida e quebrou o molde em que foi criado, exatamente como fez Pip, que escapou do aprendizado de joalheiro para ir para Londres e refazer lá a vida. Não é surpresa Wattw se identificar com Pip. Pip é um órfão. Watts é imigrante. Entre os dois há semelhanças.
ÉPOCA - Como você analisa o Sr. Pip? É um amigo imaginário, símbolo do confronto entre as culturas local e européia?
Jones - Possivelmente, ele é. Um amigo imaginário na vida real é mais trágico que um pacote imaginativo. Eu gosto da idéia de tratar Pip como um ponto de contato entre o mundo imaginário e real - como você o descreveu. Mas para Matilda, a razão é mais direta. Ela encontrou um novo amigo, uma alma parecida, e o busca onde pode encontrá-lo. Não em cima de uma árvore, mas em todos os lugares dentro do livro.
ÉPOCA - Você tem uma definição para você como escritor?
Jones - Não há duas maneiras de descrever um autor. Pode me definir assim: um escritor em oposição a um dentista ou a um cirurgião ou um pedreiro - mesmo que escrever tenha alguns pontos em comum com construir. Palavra a palavra, o edifício vai sendo construído.
ÉPOCA - Como está a literatura neo-zelandesa?
Jones - Está desabrochando. Nunca houve na Nova Zelândia tantos escritores de diversas origens e formações como agora. Também se publicam muitas revistas de pequena circulação, nas quais é possível você mostrar seu trabalho . É uma situação muito saudável.
ÉPOCA - E como anda seu bonito país?
Jones - Chegou a primavera. O país está esperando vencer o campeonato de rugby na Copa da França. Rugby é para os neo-zelandeses o que o futebol é para os brasieliros. Você vai entender o que se passa entre nós, uma curiosa mistura de ansiedade e desejo.
ÉPOCA - A personagem Matilda se apóia na literatura, para ganhar forças diante de uma realidade cruel. Não seria uma atitude escapista? Qual a função da ficção em um mundo conturbado?
Jones - Eu não acho que ler e escrever sejam ações escapistas, de forma alguma. Eu diria o inverso. A literatura nos força a nos confrontar com nós mesmos, como seres humanos. Mais do que isso, acredito que um dos valores mais importantes para o sucesso é a empatia. Sem empatia a gente vai se afastasr de um homem que está morrendo e ignorar os horrores de Ruanda e Darfur. A empatia furça a gente a pensar fora de nós mesmos. E onde a gente aprende pela primeira vez esse truque de abandonar nossa alma para entrar em uma outra? Na literatura. Literatura ensina a viver. Tanto Watts como Matilda ficariam felizes com a síntese que acabei de fazer. Mesmo assim, literatura é muito mais. é uma busca para irmos além de nós mesmos, para entender mais sobre esse mundo por onde a gente passa de forma tão breve. No fim do dia, a liiteratura é uma obra, um objeto para agarrar e admirar, ou ser crítico, como se faz com qualquer obra de arte.
ÉPOCA - Quais são seus projetos literários?
Jones - Graças ao programa de residência para escritores Creative New Zealand, estou morando em Berlim e continuarei por aqui a maior parte do ano que vem. O programa só requer que eu escreva, o que estou fazendo. Espero escrever um bom número de ensaios, ao mesmo tempo em que preparo um projeto ficional maior e mais ambicioso. Não vou falar mais, com medo de estragar a surpresa!
Edição nº 489
“A literatura ensina a viver”
O escritor Lloyd Jones, em entrevista a Época, fala de seu livro O Sr. Pip, indicado para o Booker Prize, e sobre a função da literatura em um mundo em guerra
Luís Antônio Giron
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O escritor neo-zelandês Lloyd Jones, de 52 anos ganhou fama intantânea com O Senhor Pip, livro indicado para o Booker Prize este ano, o principal prêmio literário da Comunidade Britânica. O Sr. Pip concorre com pesos-pesados, como Ian McEwan, com seu romance Na Praia. Lloyd Jones falou a ÉPOCA de Berlim, onde trabalha como escritor residente.
ÉPOCA - Qual o balanço entre realidade e fantasia em O Sr. Pip?
Lloyd Jones - Bogainville é uma ilha no sudoeste do Pacífico que faz parte de Papua Nova Guiné. Houve ao bloqueio da ilha ao longo de dez anos, com todo tipo de privações para a população. Mas a premissa do romance é ficcional: o último homem branco dá aulas para um monte de crianças só usando um material, um exemplar do romance Grandes Esperanças, de Charles Dickens. O Sr. Pip é uma fábula que nasce de um local e um evento reais.
ÉPOCA - Até que ponto seu trabalho como jornalista ajudou na criação da narrativa, em termos de assunto e estilo?
Jones - Bom, não existe nada como andar pela paisagem sobre a qual você vai criar uma história.Eu tentei mas falhei em chegar a Bugainville quando o bloqueio foi imposto pela primeira vez. Dez anos depois, quando o bloqueio foi suspenso, graças aos esforços de paz da nova Zelândia, visitei e conversei com muitas pessoas sobre a experiência do bloqueio. Mas eu quero enfatizar que O Sr. Pip é um romance. Não tentei contar a história da ilha durante o bloqueio. Outro vai contar essa história um dia. O conteúdo em geral determina o estilo de uma narrativa. No caso de O Sr. Pip, a narrativa escrita foi inspirada na tradição oral. Não se trata de establecer qual tem mai s autoridade. A tradição oferece um modo de contar uma história mais solto e talvez mais colorido. Isso me liberou dos contrangimentos das abordagens mais tradicionais.
ÉPOCA - A violência e o processo de descolonização retratados em O Sr. Pip ainda estão acontecendo na Oceania?
Jones - Existem tensões em Fiji, Ilhas Salomão e Nova Caledônia. Aumenta a insatisfação em Tonga, com a paorte do rei Tupou, que desencadeau protestos nas ruas, e infelizmente alguns distúrbios no centro da cidade. Mas, até agora, a terrível violência de O Sr. Pip se limitou à ilha de Bougainville.
ÉPOCA - Você considera seu trabalho como parte de uma literatura pós-colonial? Qual o status atual da literatura da Nova Zelândia?
Jones - Eu acho que sim, pelo menos no caso de Sr. Pip. Como a poplação da Nova Zelândia tem mudado através dos anos, ocorreram misturas culturais. A dominação da cultura do inglês pioneiro tem sofrido abalos. Agora a cultura inglesa é um das muitas vertentes, embora importante e poderosa. Ela se vê forçada a competir com a cultura maori, indígena, assim como as demais culturas do Pacífico Sul. Hoje é quase impossível falar de um literatura neo-zelandesa como um corpo homogêneo de trabalhos. Tudo o que posso fazer é apontar para sua abrangência e diversidade. É empolgante, mas também leva a algumas áreas de tensão, como a luta, em Sr. Pip, entre o Sr. Watts e a mãe de Matilda pela mente e alma de Matilda.
ÉPOCA - Como lhe ocorreu a diéia de usar Charles Dickens como símbolo de resistência e liberade?
Jones - Li Grandes Esperanças muito jovem, aos 9 ou 10 anos. Foi a primeira vez que entrei no mundo do livro adulto. Antes disse eu tina rido os contos de Oscar Wilde e Emil e os Detatives, de Eric Kastner. Mas Grandes Esperanças estava fora das prateleiras dos adultos. Li o livro com o espírito de aventura e com o entusiasmo típicos do menino. Fui capturado desde o momento qem que Magwich segura Pip no túmulo e o ameaça lhe arrancar o fígado caso ele não consiga voltar com dinheiro. E quando Pip é convidado a ir par Lodnres e se tornar alguém (virar um “cavalheiro”) eu fiquei a seu lado. Assim, quando o Sr. Watts tratou de criar uma forma de fuga para as crianças, transportando-as a um outro mundo imaginário, inevitalmente teria de ser Grandes Esperanças. Para mim, como escritor, foi o recurso natural para Watts ensinar.
ÉPOCA - Por que Sr. Watts, reinventou o enredo de Dickens?
Jones - Ele reescreveu Grandes Esperanças duas vezes: a primeira, na versão abreviado para ler em classe. Por quê? Ele talvez quisesse evitar áreas de difícil entendimento e, por isso, eliminou algumas passagens. Na segunda vez, ele é questionado pelos rebeldes e se apresenta como Pip, usando o modelo do personagem de Dickens para descrever a si próprio. Para mim, a segunda versão é mais interessante. Ele se casou com uma nativa da ilha e foi viver lá. Rompeu com sua tribo intencionalmente. Ele buscou uma outra vida e quebrou o molde em que foi criado, exatamente como fez Pip, que escapou do aprendizado de joalheiro para ir para Londres e refazer lá a vida. Não é surpresa Wattw se identificar com Pip. Pip é um órfão. Watts é imigrante. Entre os dois há semelhanças.
ÉPOCA - Como você analisa o Sr. Pip? É um amigo imaginário, símbolo do confronto entre as culturas local e européia?
Jones - Possivelmente, ele é. Um amigo imaginário na vida real é mais trágico que um pacote imaginativo. Eu gosto da idéia de tratar Pip como um ponto de contato entre o mundo imaginário e real - como você o descreveu. Mas para Matilda, a razão é mais direta. Ela encontrou um novo amigo, uma alma parecida, e o busca onde pode encontrá-lo. Não em cima de uma árvore, mas em todos os lugares dentro do livro.
ÉPOCA - Você tem uma definição para você como escritor?
Jones - Não há duas maneiras de descrever um autor. Pode me definir assim: um escritor em oposição a um dentista ou a um cirurgião ou um pedreiro - mesmo que escrever tenha alguns pontos em comum com construir. Palavra a palavra, o edifício vai sendo construído.
ÉPOCA - Como está a literatura neo-zelandesa?
Jones - Está desabrochando. Nunca houve na Nova Zelândia tantos escritores de diversas origens e formações como agora. Também se publicam muitas revistas de pequena circulação, nas quais é possível você mostrar seu trabalho . É uma situação muito saudável.
ÉPOCA - E como anda seu bonito país?
Jones - Chegou a primavera. O país está esperando vencer o campeonato de rugby na Copa da França. Rugby é para os neo-zelandeses o que o futebol é para os brasieliros. Você vai entender o que se passa entre nós, uma curiosa mistura de ansiedade e desejo.
ÉPOCA - A personagem Matilda se apóia na literatura, para ganhar forças diante de uma realidade cruel. Não seria uma atitude escapista? Qual a função da ficção em um mundo conturbado?
Jones - Eu não acho que ler e escrever sejam ações escapistas, de forma alguma. Eu diria o inverso. A literatura nos força a nos confrontar com nós mesmos, como seres humanos. Mais do que isso, acredito que um dos valores mais importantes para o sucesso é a empatia. Sem empatia a gente vai se afastasr de um homem que está morrendo e ignorar os horrores de Ruanda e Darfur. A empatia furça a gente a pensar fora de nós mesmos. E onde a gente aprende pela primeira vez esse truque de abandonar nossa alma para entrar em uma outra? Na literatura. Literatura ensina a viver. Tanto Watts como Matilda ficariam felizes com a síntese que acabei de fazer. Mesmo assim, literatura é muito mais. é uma busca para irmos além de nós mesmos, para entender mais sobre esse mundo por onde a gente passa de forma tão breve. No fim do dia, a liiteratura é uma obra, um objeto para agarrar e admirar, ou ser crítico, como se faz com qualquer obra de arte.
ÉPOCA - Quais são seus projetos literários?
Jones - Graças ao programa de residência para escritores Creative New Zealand, estou morando em Berlim e continuarei por aqui a maior parte do ano que vem. O programa só requer que eu escreva, o que estou fazendo. Espero escrever um bom número de ensaios, ao mesmo tempo em que preparo um projeto ficional maior e mais ambicioso. Não vou falar mais, com medo de estragar a surpresa!
Paulo Coelho assume cadeira na ABL
Paulo Coelho assume cadeira na ABL
Paulo Coelho agraciado pela ABL
No dia 25 de julho, o escritor Paulo Coelho foi eleito para ocupar a cadeira de número 21 na Academia Brasileira de Letras, que pertencia ao economista Roberto Campos, morto em outubro de 2001. Com 22 votos, o escritor derrotou o sociólogo Hélio Jaguaribe, que recebeu 15, e passou a ser o mais jovem integrante da Academia.
A eleição do autor de Diário de um Mago gerou polêmica, já que muitos imortais eram contra sua entrada na academia por ele ser um escritor popular. Acusado por muitos de ser um profissional mediano, Coelho é respeitado no exterior pela vendagem expressiva de seus livros, que foram traduzidos para 56 línguas e são comercializados em 150 países. Uma mulher chegou a tirar a roupa em protesto pela vitória de Paulo Coelho.
Fonte: Terra
Paulo Coelho agraciado pela ABL
No dia 25 de julho, o escritor Paulo Coelho foi eleito para ocupar a cadeira de número 21 na Academia Brasileira de Letras, que pertencia ao economista Roberto Campos, morto em outubro de 2001. Com 22 votos, o escritor derrotou o sociólogo Hélio Jaguaribe, que recebeu 15, e passou a ser o mais jovem integrante da Academia.
A eleição do autor de Diário de um Mago gerou polêmica, já que muitos imortais eram contra sua entrada na academia por ele ser um escritor popular. Acusado por muitos de ser um profissional mediano, Coelho é respeitado no exterior pela vendagem expressiva de seus livros, que foram traduzidos para 56 línguas e são comercializados em 150 países. Uma mulher chegou a tirar a roupa em protesto pela vitória de Paulo Coelho.
Fonte: Terra
Apresentação
Olá a todos
Apresento-lhes o blog da lista de discussão Clube do E-Livro que está hospedada no Google Groups.
Está lista reune aficcionados da Leitura que se propoe a trocar idéias, sugestões, links sobre livros e leituras e muita noticia relacionada a livros e escritores.
Aqui no blog vamos colocar também o que for possivel sobre o Universo da literatura brasileira e internacional.
Divirtam-se
Clube do E-Livro
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